sábado, agosto 29, 2009

Gotinhas, cuidado!


“Pic... Pic... Pic...” É o som que fazem os pingos ao caírem da torneira mal fechada. Cada um cai de um jeito e com determinada intensidade e, juntos, formam uma pequena poça que, pesada, arrasta-se rumo ao íngreme caminho. Desliza... “Pic”... Para... “Pic”... Volta a escorrer... “Pic”... Devagar... “Pic”... Agora rápido... “Pic, pic, pic”...Um intervalo. Nada de pingos. Por dois ou três segundos, apenas. Eles recomeçam, só que agora de maneira mais intensa. O pequeno ajuntamento de água volta a jorrar em direção aos declives. Aqui. Ali. Acolá. Pra baixo, esquerda e direita, até encontrar o abismo que o seduzia; chamava-o; puxava-o; “pic”... Engolia-o. O ralo.



NOTA: Imagem retirada do www.deviantart.com

Ecdise Metafórica

"Toda reforma interior e toda mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço." (Immanuel Kant)

O sol se pôra, lenta e gradativamente, enquanto Sirufa, uma habilidosa, porém pequeno caranguejo, dirigia-se ao seu “porto seguro”... O dia fora longo e pesaroso, pois, como de costume, tivera sido alvo de chateações e infortúnios desconcertantes. Não bastasse o fato de sentir-se só, a miúda crustáceo ainda tinha de suportar chacotas e piadinhas infames.
Sirufa, como todo animal que se preza, tentava ignorar os comentários e deboches que os demais “nutriam” ao seu respeito, mas constantemente, sempre que o sol começava a se esconder, um sentimento de angústia e incertezas a assolava... Ela admitia para si mesma que, embora diferente dos demais, não era inferior. A dura carapaça, as numerosas patas, a forma peculiar como se movimentava... Todos a tinham como uma estranha. “Mas o que é ser ‘normal’?”, pergunta-se momentaneamente, em vão, a si mesma.
Enquanto caminhava, desengonçada, tropeçou num objeto estranho... Era um “troço” de formato esquisito, com ambas as extremidades pontiagudas. Curiosamente, possuía certa curvatura e flutuava. Este último detalhe só se tornou perceptível porque uma onda alcançara o objeto, levando-o consigo ao mar. A triste caranguejo ficou a observá-lo enquanto, de modo lento, ele desaparecia no horizonte... Neste mesmo momento, Sirufa notara a primeira estrela no céu daquela que seria, como de costume, mais uma angustiante noite. Continuara a andar – só que agora um pouco mais depressa – até encontrar sua casa, um lindo e bem planejado buraco à beira mar. Entrara e, prontamente, pôs-se a deitar. Não queria continuar lembrando das insatisfações daquele penoso dia. Deitara e, sem que tivesse como notar, adormecera... Gostosa e profundamente, dormira – como há muito não fizera.
Fora despertada, na manhã seguinte, por um fino e penetrante raio de sol. Sentia-se, estranhamente, bem. Por quê? Era incapaz de explicar. Saíra para “respirar ar fresco” e assustou-se: em frente à sua casa encontrava-se parado uma forma estranha... Era feita de resinas e fibra de vidro. Trava-se, indiscutivelmente, da mesma coisa que vira no último entardecer. Só que, pela pouca luz do dia anterior, não percebera o quão colorido e belo era o objeto. Como parara ali? Quem o trouxe? O mar não o havia levado? E prontamente percebeu que, para tais questionamentos, não encontraria respostas...
Sirufa, instintivamente, olhou para o lado e, no mesmo momento, avistou Carangurfe, um amigo de quem gostava muito, mas que pouco via, pois morava no mangue. Esfregou apressadamente os olhos para ter certeza de que não se tratava de uma miragem e, confirmando a suspeita, correu-lhe ao encontro:
__ Gurfe, é mesmo você? – Perguntara, ofegante, Sirufa.
­­__Claro, gatinha... Em carne, patas e muita queratina. – Brincou o descolado caranguejo.
Sem titubearem, abraçaram-se profusamente com aqueles seus cinco pares de patas cada um, tornando-os um emaranhado de uma figura irreconhecível e, por conseguinte, indescritível. Ali ficaram conversando por mais alguns minutos, até Carangurfe declarar:

__Estou me mudando para cá. O mangue ficou “pegajoso” demais . Comprei um modesto “buraco” a três coqueiros daqui e pretendo viver de modo diferente.
Sirufa mal acreditava no que ouvia... Gaguejando, balbuciou:
­­__Is - isso é algum ti- tipo de piada?
­­__Não, guria... Sou metido a engraçadinho, mas agora falo sério.
Sirufa sentia-se extasiada e, rapidamente, convidou o amigo para fazer-lhe companhia no café.
Ao passarem pela porta, o amigo recém-chegado observara o utensílio parado junto à entrada e sorriu de maneira insinuativa.
O desjejum fora apetitoso e bastante variado... Degustaram toda a espécie de resíduo orgânico, devidamente selecionado pela anfitriã.
Quando terminaram, o visitante fez elogios à alimentação e acrescentou:
­­__Se surfar tão bem quanto é talentosa para trabalhos manuais, tornar-se-á uma grande atleta.
Apática, Sifufa acrescentou:
­­__Sur... o quê? Do que está falando?
Carangurfe sorriu e, em seguida, acrescentou:
__Vi aquela bela prancha lá fora e, como há muito não nos vemos, achei que se tornara uma surfista. Pela sua reação, equivoquei-me!
Transtornada, a crustáceo miúda confidenciou:
­­__Para ser sincera, nem sabia como se chamava aquele objeto. É assim que o denominam? “Prancha”? (Carangurfe acenou positivamente com a cabeça e Sirufa continuou) Estranhamente ela apareceu na porta de casa hoje de manhã depois que, ontem, a vi sendo levado pelas ondas rumo ao infinito. Não sei nem por que nem como, mas ao acordar ela estava aí...
__Sabe Siru – falava, agora, o jovial caranguejo – ficamos muito tempo sem nos ver... E acho que muita coisa aconteceu nesse período (Sirufa sorrira). Para me sustentar e, principalmente, por ter descoberto o quão prazeroso é surfar, tornei-me um especialista. Trenei grandes nomes do esporte como: Kelly Slaterguejo, Sofia Crustáceonovich e Andy Ironsiri.
Sirufa já ouvira muitas vezes esses nomes, mas sem dar muita atenção... Inclinou-se sobre as dez patas demonstrando interesse e ouvira, por mais de três horas, a história do surfe e as conquistas do velho amigo.
No final da manhã, sentia-se eufórica... Interessara-se em demasia pela prática e, impulsiva, perguntou de modo estridente:
­­__Você me ensinaria?
E Carangurfe, de sorriso nos lábios, arrematou:
­­__No fundo, no fundo sabia que minha mudança transformaria muita coisa. – E, após alguns segundos (o que a Sirufa parecera uma eternidade), confirmou: É claro que sim, minha cara!
Abraçaram-se da mesma maneira esquisita com que o fizeram mais cedo e, como se lessem o pensamento um do outro, digiram-se à saída.
Sifura, mais apressadamente, correra rumo ao objeto que, agora, conhecia. Admirou-o por alguns segundos; pegou-o nas patas; pensou nos acontecimentos da noite passada e concluiu consigo mesma: “sou uma sonhadora. Acredito que, como faço com esta, poderei, de hoje em diante, sempre carregar e utilizar bem as ‘pranchas’ da vida”.
Dirigiu-se ao mar onde, neste momento, Carangurfe já a esperava. Recebeu, com a curiosidade e expectativas de um “sirizinho”, as primeiras instruções e, sem importar com aqueles que a observavam – e, em geral, faziam-na motivo de escárnio – pôs-se de pé na frágil tábua e remou... Ao tentar se equilibrar pela primeira vez, como era de se esperar, não obteve muito sucesso. Aventurou-se em mais sete ou oito tentativas até sentir a gostosa sensação da brisa batendo contra sua face e cabelos. Aquela experiência fora efêmera e inusitada, mas deliciosa. Ao perder o equilíbrio e cair no mar, Sirufa entendera que aquele seria, para ela, um novo estilo de vida, por meio do qual libertar-se-ia de todos os dissabores e rótulos com os quais estava acostumada a conviver.
Treinou mais voraz e dedicadamente ao longo da semana, pesquisando tudo o que podia ser útil a respeito do surfe. E assim prosseguia: conciliando teoria e prática da maneira mais proveitosa possível.
Após alguns meses de treinamento intenso, era capaz de se considerar diferente... Não se tratava de uma mudança física, mas interior. Era a mesma, entretanto sentia-se mais forte e segura. Levantara disposta e, portanto, encaminhou-se para o mar, para esperar as ondas. Remou o mais longe que conseguiu e se firmou na prancha. Momentaneamente, percebera que uma bela onda se formara e, com os pés firmes, onda a onda ela escrevia poesia sobre a água. Eram escritos tão únicos e de tão perfeita harmonia que o que ficava na espuma não se podia apagar: era a própria grafia do poema do mar.
Sirufa sentia-se bem... Enquanto saía do mar, refletia sobre o seu passado. O surfe, que nunca praticara ou conhecera, era agora seu conhecido. Há muito que freqüentava a beira do mar, admirando horizontes amplos... Estivera sempre em movimento e emitindo sons e o esporte, agora, surgira para “dar novo rumo” à sua história.
Com o passar dos anos, inscrevera-se em campeonatos... Perdera alguns, ganhara outros... Sorrira, chorara; frustara-se, vencera...
Agora, contudo, via-se diante de uma situação complicada: tinha de se mudar. “Expandir” seus horizontes; crescer. A necessidade faria com que Sirufa se afastasse do mar, porém com a certeza de que mesmo não o vendo, sua existência seria onipresente. Sons, imagens, cheiros e movimento eternos. Adorava o mar! Longe dele, veria surfistas na água ou fora dela e sentir-se-ia cúmplice do seu prazer. Seguiria seu caminho procurando novas ondas. Novos desafios. Como o pequenino crustáceo sentado olhando o mar e manobras de surfistas mais experientes, sonharia, observaria e anotaria, ainda que mentalmente, o material para novas descobertas.
Àquela incomum crustáceo far-se-ia impossível elucidar com perfeição o que era o surfe. Diante dessa enunciação, a tristeza seria inevitável. No entanto, contrariando o bom senso, ficaria repleta de alegria. Afinal, o esporte era algo místico e de atmosfera contemplativa; de movimento inenarrável. Uma composição híbrida de sensações insólitas... Tinha-o como genial e enigmático. A bordo de um bloco de resina e poliuretano (materiais estes que já conhecia bem), perceberia emoções que se multiplicam incessantemente. Imaginava, naquele instante, o momento mágico que se alinha ao movimento da onda, comparado a uma excitação explosiva repleta de suavidade. Paradoxal, entretanto prazeroso...
Cogitava que seus “acusadores” – aqueles que a julgavam pela aparência – a teriam como um “forasteiro polinésio”, derramando endorfina por onde passava. Contudo, consolava-se entendendo que brotar e derramar essa sensação de volúpia traria um grande sentido à sua vida.
Seu rosto, agora descontraído, era ostentado por uma felicidade inexplicável, algo que minimamente um simples andante poderia arriscar-se a dizer: “ela está de zombaria, de que ele tanto sorri?”. “Desculpe-me, mas essa bem-aventurança é para poucos” – respondia-se internamente.
Sirufa, neste instante, encontra-se num novo habitat. Tudo é conturbado e agitado, todavia, num instante, tudo se cala. Fecha os olhos e pode ver: água e céu. No meio disso, a pequena se encontra com uma consciência palpitante. Então, rema para a onda e vai em velocidade espectral rumo à viajem no tempo. Retorna ao ponto onde pela primeira vez deu por si... Surfa e, em seguida, mergulha no mar, depois de se encontrar.

sexta-feira, agosto 28, 2009

O que Indicam os Termômetros



"O frio justifica as meias." (Autor desconhecido)



O vento soprou forte sobre a minha pele e ela respondeu… Fez com que todos os pêlos que detinha se ouriçassem, como o presságio de um iminente acontecimento.
Estremeci, afinal fui pego de surpresa. Alguma coisa ameaçava acontecer... Restava-me saber o que era e quando sucederia.
Gradativamente, o céu tornou-se escuro, num tom de cinza inquietante e revelador. A temperatura caiu... O ânimo desapareceu. Formou-se uma ventania, depois um silêncio que, de tão profundo, tornara-se assustador.
Abri as cortinas, contemplei o céu... Perdi-me... Voltei a me encontrar. Nesse instante, vi algo suave e delicado. A forma contrastava com o cenário escuro. Era leve... De repente, eram dois... Noutro momento, três... Em seguida, era impossível contá-los. Os flocos eram parecidos, embora uns fossem menores ou maiores que os outros.
A queda moderada dos cristais de gelo era um espetáculo! (Infindável, diga-se de passagem). Em poucas horas, a nevada envolveu o lugar. Tudo ao redor era branco. A cor era tão intensa que irritava os olhos... Embora todas aquelas formas cristalinas se unissem formando um todo, eram completamente diferentes. Nenhuma estrutura era igual à outra. De uma unicidade e beleza imperceptíveis a “olho nu”, mas que, em conjunto, tornavam-se tão perfeitas e harmônicas como elas próprias em suas individualidades.
Estava frio... Os termômetros marcavam “a baixo de zero”. Entretanto, a paisagem tornara-se linda! Hipnótica, de tão encantadora... E foi aí que entendi a mensagem: HÁ BELEZA E APRENDIZAGEM NO INVERNO!
Como o pinheiro vitimado por batidas sutilmente estranhas, vi-me alvo das nevascas da vida. Belas, mas intensas; destruidoras, porém docentes; fria e clara, leve e branca; um fenômeno que, outrora, temia.
Decidi parar de olhar... Quis senti-la! Afastei-me da vidraça e caminhei em direção à porta. Agasalhei-me... Protegi-me... Respirei fundo... Saí!
Optei por encará-la de perto... Marcá-la... E, então, caminhei... Sem rumo, prumo ou destino. Um passo de cada vez... Pisando firme e forte, deixando pegadas, mas sem me preocupar com o caminho... Com a certeza, somente, de que meus passos na sinuosa estrada eu deixei.

Nós, os Suínos...

"Na alma da maioria dos homens grunhe ainda, baixo e voraz, o focinho do porco". (Abílio Guerra Junqueiro)



Essa história de radical e origem da palavra é bastante interessante. A partir de um conjunto de letras é possível originar inúmeros outros verbetes. Mas este espaço não é para a Língua Portuguesa. Na realidade a “coisa” é muito mais literária que sintática. Por isso, volto ao “x” da questão e saliento minhas proposições a respeito de uma palavra sobre a qual estive pensado de maneira metafórica.
Trata-se da/de “sujeira”, haja vista que um dos assuntos mais comentados da atualidade é a gripe do porco (higienizar-se faz parte da prevenção). Desse modo, com o radical do verbete citado – eu não fiz nenhum estudo aprofundado ou etimológico – pode-se formar “sujeito”. É isso mesmo. Eu e você. Todos nós. Cada ser humano da esfera terrestre. Não existe escapatória! Há uma pocilga universal que nos cerca (se as comparações parecem duras demais, lamento. A intenção não é ser imparcial. Pra isso existem os chamados jornais e revistas, pelos quais se paga. Ler, aqui, é gratuito). Uma podridão que nos envolve. Uma lavagem mundial que nos é servida e a qual já nos acostumamos comer. Sim, é nojento. A associação parece ridícula. Absurda. Entretanto consistente. Somos uns porquinhos “de primeira” – se é que isso é possível. Conviver com situações vexatórias, tais como (não me aprofundarei neste ponto): impunidade, injustiça, violência, repressão, abuso de poder e desigualdades sociais são sinônimos de porcaria, caro leitor. É quase que erguer um cartaz com os dizeres: “Porque Se Sujar Faz Bem” (que me perdoe a Unilever, mas não encontrei afirmação mais apropriada.
Portanto, presuntinho, se você é do tipo que se acomodou e se encontra “embutido” em seus sonhos e ideais particulares, você é tão porco quanto qualquer outro. Se não tomou atitudes radicais (e agora não mais me refiro às palavras), pode até fazer menos sujeira, entretanto continua a conviver com aqueles que vivem no lamaçal e esguicham lama para todos os lados. Neste grande chiqueiro que conhecemos como mundo você até pode ser, apenas, um porquinho. Contudo compõe uma manada regida por gordos barrões.


NOTA: Imagem retirada do www.deviantart.com 

Para Desmistificar

"Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos
a um elogio." (Sigmund Freud)


A galera, em geral, me acha meio metido e anormal, sacumé? Mesmo eu não sendo nenhum Brad Pitt. E é por isso que tive de dar uma levantada na moral desenvolvendo outras características, tá ligado?
Eu não sei direito, mas acho que, na música e nas artes, eu compenso a cara feia. Entendo um pouco de afinação e curto pra cacete essa coisa de interpretação. Sem falar na dança. Arrisco uns passinhos e até me dou bem.
Outra coisa que acho da hora é esse negócio das palavras. Cara, é animal o bagulho. Juro! Começo a rabiscar e, num estalo, faço um texto bacana. Putz! É muito louco. Às vezes nem acredito que foi eu que fiz.
Ler é massa também. Já li uns oito livros este ano. Cada um mais firmeza que o outro. Os autores mandaram muito bem. A cada página eu descubro uma coisa nova; uma palavra cabreira e maneira; um lance legal. Daí eu até aprendi a conversar direitinho. Falo umas frases descoladas e uns camaradas, mesmo sem entender, curtem. Mas peraí. Se eu sou o "bam bam bam" escrevendo, por quê esse bando de gírias e vícios de linguagem? Saca só, mano: é por isso tudo que expliquei sobre mim que a turma me acha uma pessoa cheia de "não-me-toques"; meio mala. Aí eu pensei: " Pô, vou mostrar que aquele ditado que diz que 'as aparências enganam' faz sentido, truta. Não é porque eu pareço um fresco engomadinho que sou como aparento. A pegada é muito mais louca, tá ligado?" Foi por isso que adotei essa nova forma de mostrar o que sou e como penso. E quer saber? Tô até curtindo. Quem sabe, assim, a galera note que não importa como você se apresenta, mas o que você é.
Eu sou esse aqui, mermão. Sem máscara ou disfarce. Não tem nada a ver com a forma como falo ou escrevo. Tem a ver com um bagulho que vem de dentro; sai da alma, saca? Então, preste atenção, mané! Antes de sair julgando uma pessoa, pense que você também pode estar sendo julgado e, na real, ninguém gosta de carregar um peso que não é seu, velho.