O ter em detrimento do ser. O ontem e o hoje. O moderno e o retrô. O certo e o errado. O que é permitido e o que é proibido. O que se aceita e o que se condena. Whatever!
Toda essa introdução só para anunciar que o Brasil, que já é respeitado mundialmente, iniciou esta semana (dia 30 para ser mais específico), mais uma de suas respeitadas semanas de moda. A Fashion Rio traz novidades nos desfiles, resgates de grifes antigas e lançamentos de novas marcas... Mas, a despeito de todas essas plumas e paetês, o que mais chama a atenção é a seleção de alguns modelos. Até ontem, nunca tinha ouvido falar em Andrej Pejic e Rick Genest – ainda que já os tivesse visto em diversos sites e catálogos. Curioso, fui pesquisar e ler sobre essas duas figuras. Ao fazê-lo, conclui: estamos, de fato, vivendo uma era pré-apocalíptica!
Andrej Pejic (que era uma menina em minha torpe concepção) nasceu em Tuzla, Bósnia-Herzegovina, e fugiu da região devastada pela guerra na década de noventa antes de se estabelecer como refugiado em Melbourne, na Austrália, com sua família. Depois de muito sofrer – tanto com a mudança de país, quanto com preconceito por conta da chamada androgenia –, ele ilustrou as edições japonesa, italiana, turca e francesa da Vogue. E o modelo, apesar disso, garante que não quer ser conhecido pela polêmica, mas como um símbolo da transformação nas imagens de moda, em que a diferença entre atitudes masculinas e femininas não importa tanto.
Com a estrutura óssea de Natasha Poly, os olhos de gato de Jessica Stam e o cabelo de Karolina Kurkova, o modelo de 19 anos vem ao desfilar no Rio de Janeiro, que também receberá a polêmica Lea T (que, se considerarmos os dois já citados menininhos, nem é tão polêmica assim) e, claro, Rick Genest, que abraçou, com força, a bizarrice! Ele, sabe-se lá Deus porque cargas d’água, resolveu tatuar seu corpo inteiro com as formas de um esqueleto... E, grotesco ou não, a atitude tem lhe proporcionado bastante trabalho e, por conseguinte, dinheiro. Além de desfilar para grandes grifes, Zombie Boy, como ficou conhecido no backstage, participou do comentado e milionário clipe Born This Way, da excêntrica Lady Gaga.
São por essas e outras que não me espantaria se uma chuva de fogo e enxofre, trazido por um dragão de sete cabeças, comesse a acontecer, anunciando, de vez, o chegada do Fim do Mundo.
NOTA: Todas as imagens foram retiradas do Google Imagens.