segunda-feira, janeiro 25, 2010

JUVENTUDE: a melhor marcha dessa moto veloz a que se chama de VIDA

Imagine o que acontece quando seis amigos inconseqüentes – dentre os quais cinco são mulheres – resolvem se aventurar, em motocicletas, rumo ao cerrado nordestino...

Sob um sol escaldante e serpenteando sobre duas rodas, eles se deslocam, nada uniformes, rumo a um ajuntamento de água que, pela escassez de chuva, a faz parada. Mas até que se chegue ao rio, eles sentem o vento na cara. Veem mosquitos vindo em direção aos capacetes. Perambulam, oscilantes, ora no asfalto, ora nas estradinhas disformes de areia. Estas, perspicazes, pregam peças em duas das aventureiras. A pilota bombeia e, num lapso de segundo, tem um espinho – relativamente grosso – cravado, com vigor, ao seu pescoço (sem se falar na poeira que subiu, nas pernas que se voltaram ao ar e nos arranhões incontáveis.) . Parece trágico, mas o sexteto fez graça do momento. Sorriu do intempérie que se apresentou como o ponto mais alto na teia de empecilhos que, antes de darem a partida, sobrepuseram-se aos seus caminhos. O desafio, uma vez lançado, deveria ser brilhantemente concluído (doesse em quem fora – mesmo que num deles próprios). E, insistentes, cada um destes inexperientes desbravadores definiram como meta seguir adiante – alguns nem tanto . Novamente puseram os motores para roncar, até que se refrescassem contra todo o ardor – tanto do sol escaldante quanto dos superficiais arranhões. ..

Ao chegar não permaneceram mais que vinte minutos. Todavia a sensação sobrepujante fora a de superação; satisfação; recompensa. Cada detalhe da façanha valera a pena. Restava-lhes, agora, somente voltar para casa, felizes e satisfeitos por esta situação que, definitivamente, os lembraram da doçura e intensidade que só pode ser explorada por aqueles que, de fato, são jovens.



"Se eu pudesse voltar à juventude, cometeria todos aqueles erros de novo. Só que mais cedo."

(Tallulah Bankhead)

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