sábado, maio 21, 2011

Sem Sentido



O mundo ribombando lá fora, e eu mudo aqui dentro. Não menos agitado que o de costume, mas, ainda assim, quieto. Talvez por medo do amanhã, incerto. Talvez por pressa de querer que a incerteza passe logo. Talvez pelo logo, que vem depressa, e traz a incerteza.

O fato é que, por mais bagunçadas que as coisas estejam; por mais disformes que pareçam os sentimentos; nada mudou. Toda essa balbúrdia é, somente, para estabelecer novas regras; reajustar os ponteiros de um relógio atemporal, todavia funcional e cíclico.

Surpreendetemente, por maior e mais demorada que seja a bagunça, as peças sempre acabam se encaixando. É como se cada cantinho da sala do meu ser pudesse comportar os seus objetos convencionais, abrigar novos e, periodicamente, reajustá-los. Faz um pouco de barulho - e é exatamente por isso que é mais prudente o "calar-se". É no silêncio (ou naquilo que se entende por este) que as maiores revoluções acontecem. Sem grito. Sem sangue. Porém com dor, em quase todos os casos. Porque não dá para estruturar tudo sem que se perca partes.

Para ser franco, não sei sobre o que escrevo. Desconheço, de igual modo, a necessidade de que essas palavras, tão grotescas como o meu interior nesse momento, façam algum sentido. Elas só quem ser livres. Desprenderem-se, portanto, sem nenhuma obrigação com minha causa ou com o fato de que, de algum modo, surtirão efeito. Colateral. Cola. Late. Lateral.

7 comentários:

  1. Na espera pela ordem, criamos sentidos únicos e de efeitos surpreendentes.

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  2. Na tentativa de compreender um comentário, lemos 32 vezes um comentário, e não entendemos nada!

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  3. Não precisamos de sentidos, razões, motivos para tudo que acontece conosco hoje. Certos momentos simplesmente precisam acontecer, e lá, longe, depois de tantos outros momentos, vamos encontrar um motivo, quiçá uma resposta para o que perguntamos hoje.

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  4. Não me faltam dúvidas... Faltam-me respostas!

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