sexta-feira, agosto 28, 2009

Nós, os Suínos...

"Na alma da maioria dos homens grunhe ainda, baixo e voraz, o focinho do porco". (Abílio Guerra Junqueiro)



Essa história de radical e origem da palavra é bastante interessante. A partir de um conjunto de letras é possível originar inúmeros outros verbetes. Mas este espaço não é para a Língua Portuguesa. Na realidade a “coisa” é muito mais literária que sintática. Por isso, volto ao “x” da questão e saliento minhas proposições a respeito de uma palavra sobre a qual estive pensado de maneira metafórica.
Trata-se da/de “sujeira”, haja vista que um dos assuntos mais comentados da atualidade é a gripe do porco (higienizar-se faz parte da prevenção). Desse modo, com o radical do verbete citado – eu não fiz nenhum estudo aprofundado ou etimológico – pode-se formar “sujeito”. É isso mesmo. Eu e você. Todos nós. Cada ser humano da esfera terrestre. Não existe escapatória! Há uma pocilga universal que nos cerca (se as comparações parecem duras demais, lamento. A intenção não é ser imparcial. Pra isso existem os chamados jornais e revistas, pelos quais se paga. Ler, aqui, é gratuito). Uma podridão que nos envolve. Uma lavagem mundial que nos é servida e a qual já nos acostumamos comer. Sim, é nojento. A associação parece ridícula. Absurda. Entretanto consistente. Somos uns porquinhos “de primeira” – se é que isso é possível. Conviver com situações vexatórias, tais como (não me aprofundarei neste ponto): impunidade, injustiça, violência, repressão, abuso de poder e desigualdades sociais são sinônimos de porcaria, caro leitor. É quase que erguer um cartaz com os dizeres: “Porque Se Sujar Faz Bem” (que me perdoe a Unilever, mas não encontrei afirmação mais apropriada.
Portanto, presuntinho, se você é do tipo que se acomodou e se encontra “embutido” em seus sonhos e ideais particulares, você é tão porco quanto qualquer outro. Se não tomou atitudes radicais (e agora não mais me refiro às palavras), pode até fazer menos sujeira, entretanto continua a conviver com aqueles que vivem no lamaçal e esguicham lama para todos os lados. Neste grande chiqueiro que conhecemos como mundo você até pode ser, apenas, um porquinho. Contudo compõe uma manada regida por gordos barrões.


NOTA: Imagem retirada do www.deviantart.com 

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