sexta-feira, agosto 28, 2009

O que Indicam os Termômetros



"O frio justifica as meias." (Autor desconhecido)



O vento soprou forte sobre a minha pele e ela respondeu… Fez com que todos os pêlos que detinha se ouriçassem, como o presságio de um iminente acontecimento.
Estremeci, afinal fui pego de surpresa. Alguma coisa ameaçava acontecer... Restava-me saber o que era e quando sucederia.
Gradativamente, o céu tornou-se escuro, num tom de cinza inquietante e revelador. A temperatura caiu... O ânimo desapareceu. Formou-se uma ventania, depois um silêncio que, de tão profundo, tornara-se assustador.
Abri as cortinas, contemplei o céu... Perdi-me... Voltei a me encontrar. Nesse instante, vi algo suave e delicado. A forma contrastava com o cenário escuro. Era leve... De repente, eram dois... Noutro momento, três... Em seguida, era impossível contá-los. Os flocos eram parecidos, embora uns fossem menores ou maiores que os outros.
A queda moderada dos cristais de gelo era um espetáculo! (Infindável, diga-se de passagem). Em poucas horas, a nevada envolveu o lugar. Tudo ao redor era branco. A cor era tão intensa que irritava os olhos... Embora todas aquelas formas cristalinas se unissem formando um todo, eram completamente diferentes. Nenhuma estrutura era igual à outra. De uma unicidade e beleza imperceptíveis a “olho nu”, mas que, em conjunto, tornavam-se tão perfeitas e harmônicas como elas próprias em suas individualidades.
Estava frio... Os termômetros marcavam “a baixo de zero”. Entretanto, a paisagem tornara-se linda! Hipnótica, de tão encantadora... E foi aí que entendi a mensagem: HÁ BELEZA E APRENDIZAGEM NO INVERNO!
Como o pinheiro vitimado por batidas sutilmente estranhas, vi-me alvo das nevascas da vida. Belas, mas intensas; destruidoras, porém docentes; fria e clara, leve e branca; um fenômeno que, outrora, temia.
Decidi parar de olhar... Quis senti-la! Afastei-me da vidraça e caminhei em direção à porta. Agasalhei-me... Protegi-me... Respirei fundo... Saí!
Optei por encará-la de perto... Marcá-la... E, então, caminhei... Sem rumo, prumo ou destino. Um passo de cada vez... Pisando firme e forte, deixando pegadas, mas sem me preocupar com o caminho... Com a certeza, somente, de que meus passos na sinuosa estrada eu deixei.

4 comentários:

  1. Me intimido fazer qualquer comentário diante de tão belo texto...
    "Eu amo o inverno"

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  2. Ora, ora, ora... "Quem é vivo sempre aparece"! (Mesmo que numa fria estação). Obrigado, meu caro.

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  3. Sim! "HÁ BELEZA E APRENDIZAGEM NO INVERNO!"
    ...E muuuuita poesia!
    Graças a Deus por isso...


    "Eu amo o inverno" [2]

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  4. Mas o melhor é que, independente da estação, tenho você, com todo o seu carinho, a me aquecer. Obrigado, minha cara!

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