terça-feira, outubro 06, 2009

Joguem os Dados


Incrível como nós, humanos, temos um lado mítico acentuado. De alguma forma ou n’algum momento ele nos acomete e tudo passa a ser questão de sorte; obra do destino.
Hoje, depois de muito tempo, tive essa sensação. A de que acordei com o “pé esquerdo”, embora tenha certeza de que o primeiro a tocar o chão tenha sido seu companheiro. Lamentável, apenas... Haja vista que os amuletos destinados a me proporcionar bons momentos pifaram.
Desapareceram os trevos de quatro folhas. Esconderam as mini ferraduras. Os pobres coelhinhos pressentiram o perigo... E juntamente com sua lepidez levaram toda e qualquer espécie de bom presságio.
O destino, então, engraçadinho como ele só, pregou-me peças. Zombou-me a cara. Fez piadinhas infames. Humilhou-me. Esse acaso hostil fez-me sentir mal e não houve padroeiro que me auxiliasse. Testou-me ferrenhamente e, com sua solidez, feriu-me. Chutou meu ego; agrediu minha auto-estima; esbofeteou meu orgulho...
Esse êxito às avessas fez-me fraco. Tornou-me sensível e, portanto, invisível. E tal invisibilidade transportou-me a mundos imaginários, onde figuras folclóricas se personificaram e abriram meus olhos... Tadinho do Saci Pererê! Ele possui uma única perna – e, conseguintemente, um único pé. E adivinhem em que lado ela se encontra?... Exatamente! O esquerdo (e se vira muito bem com ele).
Logo, voltei de súbito ao mundo real e comprovei, irrefutavelmente, que pouco importa embaixo de quantas escadas passemos; quantos gatos pretos vejamos; ou quantas vezes bateremos na madeira para afastar situações indesejosas. Aqui ou acolá situações difíceis nos acometerão. Basta que queiramos – e façamos nossa própria – sorte, remodelando-as. Sim! Este foi o talismã mais poderoso que encontrei (e já tenho até um palpite para a Mega Sena).

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