quinta-feira, julho 22, 2010

Ajuste o Passo

É dificil pensar no impensado. Prever o que será tendência num futuro não muito distante. Permanecer firme, ainda que os abalos sísmicos interiores façam cada centímetro corpóreo dançar, sem ritmo. Regido por uma melodia muda, oca e de péssimo gosto. Num figurino brega. É o mesmo que se sentir nu. Com "as vergonhas" à mostra para salientar todo o constrangimento.

Se fosse possível prever tudo quanto sucedera, jamais subiria no palco. Nunca ensaiaria uns passos. Tampouco convidaria outros para acompanhar-lhe. 

Rufam os tambores, com a mesma intesidade de balas disparadas, contra um alvo fácil. Vários calibres, atingindo-lhe em cheio e obrigando-lhe a sapatear, sobre um calçado sob uma placa de metal. Que forma o som estridente tocado pelo medo. De não se recordar da coreografia, lenta. Mórbida. Tosca. Desesperada.

Suor. Pudor. Rancor. Torpor. E tudo balança. E lançam-lhe uma lança. E você volta a arriscar alguns movimentos, vexaminosos. Vertiginosos. Lamuriosos. Tudo para tentar acertar, numa realidade que pisoteia o erro!

4 comentários:

  1. Aii... doeu até aqui!! rs...

    Muito genérico esse texto, né meu escritor??

    Quem nunca se sentiu assim?

    Mas, nessa vida, o que nos resta é ensaiar alguns novos movimentos mesmo... criar outros... recriando a si mesmo.

    bjo no coração!

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  2. Sim, o compasso pede a recriação de nós mesmos!

    O beijo.

    PAZ!

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  3. De qualquer forma, dar a cara a tapa é o melhor para sabermos se estamos no ritmo certo ou devemos aperfeiçoar a apresentação =)

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