quarta-feira, julho 14, 2010

D'esperto


Eu parei em frente ao espelho. Contemplei-me nos olhos; com determinação. Foi tão estranho! Enxerguei-me, em vez de apenas me ver. Surgira manchas que antes não existiam. Linhas de expressão inexpressivas. Embaixo dos olhos, bolsas acentuadas. Por quanto tempo eu viajara? Até onde fora? Para quê? Por quê? Por quem? Haveria retorno? Contorno? Fazia-se necessário me encontrar. E a estrada escura, perdida no ermo, tinha uma luz fraca. Melancólica e débil. Aqueles dois faróis estavam acesos, mas a bateria que os fazia luzir era fraca. Fachos oscilantes, porém consciensiosos eram somente o que vira. Vira. Ira. Fora. Ora. Por um período que jaz no pretérito. Imperfeito. Feito. Inacabado, contudo. Com tudo. Sonhos. Pães. Doces. Bolos. Bolôs. Pouco palatáveis, pelas agora abertas, "janelas da alma".

Estanque. Tanque. Guerra. Para quem cansou de errar. Para quem esta inapto a lutar. E teme o escuro...
Brilham, fracas chamas, como a brisa que passa sem destino. Por aquele que perdeu o tino. Porque esqueceu de separar momentos para observar(se). Contestar. Corrigir. Contrapor. Justapor. E justo agora, quando o azeite das lamaparinas secam, é que tudo fica claro. Em meio ao espaço cinza.

Sim! Eu me olhava. Com o semblante esperto, ainda que abatido. Por tanto ter apanhado numa luta muda. Com os olhos abertos, embora há muito fechados.

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